Muitos pacientes chegam ao consultório com feridas herpéticas, mas não sabem o que são. Acham muitas vezes que é causada por bichos. E é aí que mora o perigo.
Por não ter informações suficientes, não tomam os devidos cuidados durante a fase de transmissão da doença e por vezes procuram orientações em farmácias, não diagnosticam a doença e consequentemente não a tratam, passam pomadas que aliviam os sintomas, mas sem o componente necessário para o tratamento.
A infecção neonatal pelo herpes-vírus é tão grave que apresenta alta mortalidade e morbidade significativa. Quando a mãe está infectada pelo tipo vaginal, por exemplo, e há risco de transmissão durante o parto, está contra-indicado o parto normal, e então, opta-se por uma cesárea.
Sintomas :
Nem todas as pessoas portadoras do Vírus desenvolverá a doença logo após a contaminação, apenas 20% desenvolverá em forma de lesões primárias, que são dolorosas e podem apresentar febre, mal-estar, perda do apetite, dor de garganta e aumento dos linfonodos do pescoço. É comum haver gengivite (inflamação da gengiva), faringite forte, com pus e úlceras nas amígdalas. O quadro costuma durar até 2 semanas e desaparece espontaneamente. Os outros 80% dos indivíduos podem permanecer com o vírus “adormecido” por vários anos, sem sintomas.
Após a lesão primária ter desaparecido, o vírus não morre, ele permanece vivo em nosso corpo, adormecido nas células dos nossos nervos, à espera de uma baixa do sistema imunológico para voltar a atacar.
As típicas lesões do herpes labial surgem nas reativações do vírus. O quadro é mais tranquilo, menos doloroso e dura no máximo 7 dias.
O paciente pode perceber sinais de que o herpes labial vai surgir de 6 a 48 horas antes do surgimento das lesões.Geralmente em forma de formigamento, dor ou coceira nos lábios.
As lesões do herpes labial surgem inicialmente como pequenas elevações avermelhadas e dolorosas que rapidamente se transformam em bolhas agrupadas. Estas bolhas viram pequenas vesículas (bolhas com pus no interior) e estouram, se transformando em úlceras. A ulceração é a última fase da lesão ativa, cicatrizando em alguns dias, sob a forma de crostas.
Bebês contaminados podem apresentar doença no SNC . Pacientes não tratados, com doença isolada de pele ou mucosa, podem, em 7 a 10 dias, evoluir para formas progressivas ou mais graves da doença.
Recém-nascidos com doença disseminada e envolvimento de órgãos viscerais têm hepatite, pneumonite e/ou coagulação intravascular disseminada, com ou sem encefalite ou doença de pele.Outros sinais, que podem ocorrer isolados ou associados, incluem instabilidade térmica, letargia, hipotonia, disfunções respiratórias, apneia e convulsões.
Qual é a forma de contagio?
A transmissão se dá pelo contato, através da saliva, perdigotos (gotículas de saliva geralmente de espirros), pele ou lábios da pessoa contaminada. Quando há lesões visíveis do herpes, a quantidade de vírus na cavidade oral aumenta cerca de 1000 vezes, o que torna a transmissão nesta fase muito mais provável de ocorrer.
Entretanto, não é somente durante as crises que a Herpes Labial pode ser transmitido. De tempos em tempos o vírus aparece na saliva, mantendo o paciente contagioso por alguns dias, mesmo quando não há lesão ativa do Herpes. Se selecionarmos aleatoriamente 100 pessoas portadoras do vírus HSV-1, assintomáticas no momento, poderemos encontrar o vírus nas secreções orais de até 15 delas.
Há diversas formas de transmissão do herpes labial, nos adultos as mais comuns são através do beijo ou de talheres e copos contaminados. Porém, a maioria das pessoas se contamina com o vírus HSV-1 ainda na infância, quando o contato com secreções orais é muito comum.
É essencial o diagnóstico rápido por cultura do vírus ou PCR do HVS, com material das vesículas da pele, da boca, dos olhos e do liquor. Em alguns neonatos com encefalite, o vírus só é encontrado no cérebro. O diagnóstico também pode ser feito por imunofluorescência de esfregaço das lesões, particularmente com o uso de anticorpos monoclonais, e microscopia eletrônica.
Nos casos de doença disseminada não tratada, a taxa de mortalidade é entre 85% e 50% entre aqueles com encefalite não tratada. Sem tratamento, pelo menos 65% dos sobreviventes têm graves sequelas neurológicas.
A morte é rara entre os que têm doença localizada limitada a pele, olhos ou boca. Entretanto, sem tratamento, muitos dos neonatos evoluem para doença disseminada ou doença do SNC que pode não ser reconhecida; cerca de 30% desenvolvem danos neurológicos, que podem somente manifestar-se entre 2 e 3 anos de idade.
O Herpes Labial não tem cura.
O tratamento visa amenizar os sintomas, diminuir o ciclo acelerando a cicatrização.
O ideal é procurar um auxílio especializado, com o Dentista por exemplo, para avaliar as recorrências e a intensidade dos sintomas e assim passar o melhor tratamento.
Existem os antivirais por via oral (comprimidos) e em pomadas. Além do Tratamento com Laserterapia associado à Técnica do PDT, no consultório odontológico.
O Laser para o tratamento da Herpes tem obtido grandes resultados e garantido mais conforto aos pacientes, principalmente aqueles que tem muitas recorrências ao longo do ano. Hoje o Laser é a tecnologia mais avançada para tratamento destas lesões (e outras, como as aftas).
O aciclovir diminui a taxa de mortalidade na doença do SNC e disseminada em até 50% e aumenta o percentual de crianças que se desenvolvem normalmente de 35 a 50 até 80%; É necessária uma vigorosa terapia de suporte, incluindo hidratação adequada, alimentação, suporte respiratório, correção das anormalidades de coagulação e controle das convulsões.
No caso da doença localizada (pele ou boca), o tratamento é feito com aciclovir por 14 dias. A ceratoconjuntivite herpética requer terapia concomitante sistêmica com aciclovir por 14 dias, mais a tópica com uma droga, como trifluridina, iododesoxiuridina ou vidarabina.
Prevenção
Prevenir é melhor do que tratar, indiscutivelmente.
O ponto chave aqui não é o caso da mãe que faz acompanhamento médico (pré-natal), essa mulher estará sem dúvidas muito bem assistida e orientada e portanto as chances de se ter problemas neo-natais decorrentes de infecção cruzada mãe-bebê na hora do parto são praticamente nulas.
Então os esforços para prevenir a transmissão neonatal do herpes vírus têm sido voltados para a conscientização e as recomendações para a família do bebê esperado ou recém chegado para que saibam manejar o comportamento de visitas e de cuidadores para manter a saúde de seu pequeno a salvo.
Por: Patrícia Las Casas – Cirurgiã Dentista
Dados coletados de OMS site e Portal Educação